Este relatório, que analisa a liberdade religiosa, procura avaliar elementos relacionados com a prática e a expressão da fé em um dado país e dar uma visão das perspectivas para o seu desenvolvimento futuro.
Há dois problemas que devem ser evitados para uma reflexão cuidadosa dos fatores religiosos em uma análise de conflito: exagerar o papel que eles desempenham ou não os reconhecer suficientemente. Na realidade, a religião é apenas um dos muitos fatores em jogo, muitos dos quais estão inextricavelmente ligados.
Sem nenhuma ordem específica, uma lista de fatores envolvida inclui: a importância da história, o impacto da geografia ou do clima, as circunstâncias políticas (históricas e contemporâneas), as características demográficas, a situação socioeconômica, a cultura, os níveis de educação e, finalmente, a religião.
Se quiséssemos agrupar estes vários elementos por uma questão de clareza, provavelmente poderíamos assumir que a maior parte destas causas podem ser amplamente relacionadas com três áreas fundamentais: política, economia e religião. Muitas vezes, esta última não é considerada de maneira sistemática, exceto em um relatório como este, onde ela é o principal objeto de estudo.
Duas crises recentes ajudam a ilustrar a complexidade destas situações: a guerra na Síria e o êxodo dos rohingyas. Apresentada em geral como uma guerra civil, a crise síria contém uma dimensão geopolítica internacional (conflito saudita-iraniano e depois confronto russo-americano), um componente econômico (gás do Catar e petróleo da Síria) e um elemento religioso (combate hostil entre sunitas e xiitas perante um cenário de expulsão de minorias religiosas).